Crescem os incidentes envolvendo drones em áreas sensíveis nos Estados Unidos, gerando preocupações militares e discussões legislativas.
A proliferação de drones e o fechamento de bases militares
Nos últimos meses, as autoridades norte-americanas têm enfrentado uma onda de invasões de drones em áreas estratégicas, como bases militares e aeroportos. Episódios recentes, incluindo detenções e fechamento de espaços aéreos, colocaram o uso desses dispositivos no centro das discussões sobre segurança nacional.
Um dos casos mais emblemáticos ocorreu na Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia, quando Yinpiao Zhou, um cidadão chinês residente nos EUA, foi preso após ser flagrado operando um drone e tirando fotos do local. Zhou tentou esconder o equipamento dentro do casaco e, posteriormente, as autoridades descobriram imagens aéreas da base armazenadas no dispositivo.
O Departamento de Justiça destacou que Zhou realizou buscas no Google sobre as regulamentações de drones na base semanas antes da operação ilegal, o que aumentou as suspeitas sobre suas intenções. O FBI segue investigando o caso, mas, até o momento, não encontrou vínculos com atores estrangeiros maliciosos.
Aeroporto de Boston e outros episódios preocupantes
Em Boston, dois indivíduos foram presos após conduzirem uma operação de drones considerada “perigosa” próxima ao Aeroporto Logan. Robert Duffy e Jeremy Folcik, ambos acusados de invasão e possíveis danos ao espaço aéreo, tentaram fugir da cena, mas foram localizados pelas autoridades.
De acordo com a Polícia de Boston, os drones foram detectados operando a uma altitude crítica, colocando em risco a segurança dos voos comerciais. Incidentes como esse têm se repetido em estados do Nordeste dos EUA, especialmente em Nova Jersey, onde as forças armadas confirmaram a presença de drones em instalações militares como o Picatinny Arsenal e a Estação Naval Earle.
Impacto e resposta das autoridades militares
Com a crescente frequência dos avistamentos, o Departamento de Defesa norte-americano reconheceu a frustração das forças armadas. “Embora não haja evidências de ameaças diretas, os drones têm dificultado a operação segura em instalações estratégicas,” afirmou um porta-voz do Pentágono.
As investigações estão limitadas devido a leis que proíbem operações militares de vigilância dentro dos Estados Unidos. Como resultado, as bases dependem de parcerias com a polícia local para identificar os responsáveis pelas incursões.
Projeto de Lei H.R.8610: A nova proposta para conter drones
Diante desses incidentes, o Congresso norte-americano está debatendo o Projeto de Lei H.R.8610 – Counter-UAS Authority Security, Safety, and Reauthorization Act, que visa fortalecer os poderes de detecção e neutralização de drones não autorizados.
Entre as propostas do H.R.8610 estão:
- Coordenação entre agências federais como o FBI e a FAA (Administração Federal de Aviação);
- Criação de programas de mitigação para detectar e neutralizar drones perigosos;
- Regras específicas para o uso de tecnologias de interferência eletrônica, garantindo que não afetem os sistemas de comunicação e segurança dos aviões.
A segurança em xeque e o futuro dos drones
Especialistas apontam que o uso indevido de drones, aliado ao avanço tecnológico, representa um desafio complexo. A proliferação desses dispositivos, que podem ser modificados para operar em altitudes superiores e em condições noturnas, amplia a dificuldade de monitoramento pelas autoridades.
Enquanto o governo dos EUA reforça suas medidas de segurança, cresce o debate sobre a necessidade de equilibrar inovações tecnológicas com regulamentações eficazes, a fim de proteger áreas estratégicas sem inibir o avanço do setor.
