O final do ano é tradicionalmente associado a celebrações e momentos de alegria. Contudo, para algumas crianças, esse período pode desencadear sentimentos de tristeza, ansiedade e angústia, fenômeno popularmente conhecido como “dezembrite”. Embora o termo não seja reconhecido formalmente na psicologia, os sintomas associados são reais e merecem atenção.
O que é a “dezembrite”?
A “dezembrite” refere-se ao conjunto de emoções negativas que emergem no final do ano, como tristeza, melancolia e ansiedade. Embora frequentemente associada a adultos, crianças também podem ser afetadas, especialmente quando expostas a mudanças significativas na rotina ou a situações familiares estressantes.
Fatores que contribuem para a “dezembrite” em crianças
- Mudanças na rotina: O período de festas implica alterações na rotina diária das crianças, como interrupção das aulas, viagens e eventos sociais. Essas mudanças podem gerar insegurança e ansiedade, uma vez que os pequenos tendem a sentir-se mais confortáveis com a previsibilidade.
- Expectativas sociais e familiares: As celebrações de fim de ano frequentemente vêm acompanhadas de expectativas sobre comportamentos e participação em eventos. Crianças podem sentir-se pressionadas a corresponder a essas expectativas, resultando em estresse e sentimentos de inadequação.
- Questões familiares: Situações como separações, luto ou dificuldades financeiras podem intensificar sentimentos de tristeza nas crianças durante o período festivo. A percepção de tensões ou conflitos familiares também contribui para o mal-estar emocional.
Sinais de que a criança pode estar enfrentando a “dezembrite”
É fundamental que pais e responsáveis estejam atentos a mudanças no comportamento das crianças, tais como:
- Alterações no sono e apetite: Dificuldades para dormir, sono excessivo ou mudanças significativas no apetite podem indicar sofrimento emocional.
- Isolamento social: Evitar interações com familiares ou amigos e preferir ficar sozinho são sinais de possível tristeza ou ansiedade.
- Perda de interesse em atividades: Desinteresse por brincadeiras ou hobbies que antes eram prazerosos pode ser um indicativo de depressão.
- Irritabilidade ou agressividade: Reações desproporcionais, irritabilidade constante ou explosões de raiva podem refletir dificuldades emocionais.
Como ajudar a criança a lidar com a “dezembrite”
- Manter uma rotina estável: Apesar das festividades, é importante preservar ao máximo a rotina da criança, oferecendo previsibilidade e segurança.
- Promover um ambiente acolhedor: Demonstrar afeto e compreensão, criando um espaço onde a criança se sinta segura para expressar suas emoções.
- Estimular a expressão emocional: Incentivar a criança a falar sobre seus sentimentos, utilizando recursos como desenhos, histórias ou brincadeiras para facilitar a comunicação.
- Evitar sobrecarga de atividades: Respeitar o ritmo da criança, não impondo participação em todos os eventos ou compromissos festivos.
- Observar e validar sentimentos: Reconhecer e validar as emoções da criança, evitando minimizar seus sentimentos e oferecendo apoio necessário.
- Buscar ajuda profissional se necessário: Se os sinais de tristeza ou ansiedade persistirem, é aconselhável consultar um psicólogo infantil para avaliação e orientação adequadas.
O papel da escola e da comunidade
Instituições educacionais e a comunidade desempenham um papel crucial no apoio às crianças durante o período de fim de ano. Educadores podem estar atentos a mudanças no comportamento dos alunos e colaborar com as famílias na identificação de necessidades emocionais. Além disso, promover atividades que incentivem a expressão emocional e o fortalecimento de vínculos sociais pode auxiliar as crianças a enfrentarem a “dezembrite”.
Considerações finais
A “dezembrite” é um fenômeno que pode afetar significativamente o bem-estar emocional das crianças durante o período de festas. Atenção, compreensão e apoio por parte de familiares, educadores e da comunidade são essenciais para ajudar os pequenos a navegarem por essa fase de maneira saudável, garantindo que o final do ano seja, de fato, um momento de alegria e renovação.